Olhos Cegos para a Luz Divina

Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas! Mateus 6:23.
Mas quando os olhos se acham cegados pelo amor do próprio eu, não há senão trevas. ”Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso.” Mat. 6:23. Era essa terrível cegueira que envolvia os judeus em obstinada incredulidade, tornando-lhes impossível apreciarem o caráter e a missão dAquele que viera salvá-los de seus pecados.
O ceder à tentação começa ao permitirdes que a mente vacile, seja inconstante na confiança em Deus. Se não preferirmos entregar-nos inteiramente a Deus, achamo-nos então em trevas. Quando fazemos qualquer reserva, deixamos aberta uma porta pela qual Satanás pode entrar para nos extraviar com suas tentações. Ele sabe que, se nos puder obscurecer a visão de maneira que os olhos da fé não possam ver a Deus, não haverá barreira contra o pecado.
A predominância de um desejo pecaminoso revela a ilusão da alma. Cada condescendência com aquele desejo, avigora a aversão da alma para com Deus. Ao seguirmos a senda escolhida por Satanás, encontramo-nos envolvidos pelas sombras do mal, e cada passo leva a uma treva mais densa e aumenta a cegueira do coração.
A mesma lei que rege o mundo natural, domina o espiritual. Aquele que permanece nas trevas perderá por fim a faculdade da visão. Fica encerrado por trevas mais profundas que as da meia-noite; e para ele o mais luminoso meio-dia não pode trazer qualquer luz. ”Anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos.” I João 2:11. Nutrindo persistentemente o mal, desatendendo voluntariamente as súplicas do divino amor, perde o pecador o amor do bem, o desejo em torno de Deus, a própria capacidade de receber a luz do Céu. O convite da misericórdia ainda é cheio de amor, a luz brilha ainda tão resplandecente como quando raiou a princípio em sua alma; mas a voz cai em ouvidos moucos, a luz em olhos cegos. O Maior Discurso de Cristo, 91-92.
Esta publicação está presente nas Reflexões Semanais 2020, para o pôr-do-sol de 24 de abril de 2020.