A Questão do Juramento
Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos ao Senhor. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei; nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna. (Mateus 5:33-37).
Os judeus compreendiam o terceiro mandamento como proibição do emprego profano do nome de Deus; mas se julgavam na liberdade de empregar outros juramentos. O jurar era coisa comum entre eles. Haviam sido proibidos, por intermédio de Moisés, de jurar falsamente; mas tinham muitos meios de se livrar da obrigação imposta por um juramento. Não temiam condescender com o que era realmente profano, nem recuavam do perjúrio, contanto que o mesmo estivesse velado por qualquer técnica evasiva à lei.
Jesus lhes condenou as práticas, dizendo que seu costume de jurar era uma transgressão ao mandamento de Deus. Nosso Salvador não proibiu, todavia, o emprego do juramento judicial, no qual Deus é solenemente invocado para testificar que o que se diz é verdade, e nada mais que a verdade. O próprio Jesus, em Seu julgamento perante o Sinédrio, não Se recusou a testificar sob juramento. Disse-Lhe o sumo sacerdote: ”Conjuro-Te pelo Deus vivo que nos digas se Tu és o Cristo, o Filho de Deus.” Jesus respondeu: ”Tu o disseste.” Mat. 26:63 e 64. Houvesse Cristo, no Sermão do Monte condenado o juramento judicial, em Seu julgamento haveria reprovado o sumo sacerdote, reforçando assim, para benefício de Seus seguidores, Seus próprios ensinos.
Muitos, muitos há que não temem enganar seus semelhantes; mas foi-lhes ensinado, e eles foram impressionados pelo Espírito de Deus, que é terrível coisa mentir a seu Criador. Quando postos sob juramento, é-lhes feito sentir que não estão testemunhando apenas diante dos homens, mas perante Deus; que se derem falso testemunho, é Àquele que lê no coração, e que sabe a exata verdade. O conhecimento dos terríveis juízos que se têm seguido a esse pecado tem uma influência refreadora sobre eles.
Mas se existe alguém que possa coerentemente testificar sob juramento, esse é o cristão. Ele vive constantemente como na presença de Deus, sabendo que todo pensamento está aberto perante os olhos daquele com quem temos de tratar; e, quando lhe é exigido fazer assim em uma maneira legal, é-lhe lícito apelar para Deus como testemunha de que o que ele diz é a verdade, e nada senão a verdade. O Maior Discurso de Cristo, 66-67.
Esta publicação está presente nas Reflexões Semanais 2019, para o pôr-do-sol de 11 de outubro de 2019.