O Sacro Concerto do Matrimônio

Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. (Mateus 19:6).

Entre os judeus era permitido ao homem repudiar sua mulher pelas mais triviais ofensas, e a mulher se achava então em liberdade de casar outra vez. Este costume levava a grande infelicidade e pecado. No Sermão do Monte, Jesus declarou plenamente que não podia haver dissolução do laço matrimonial, a não ser por infidelidade do voto conjugal.* […]

Quando, posteriormente, os fariseus O interrogaram acerca da legalidade do divórcio, Jesus apontou a Seus ouvintes a antiga instituição do casamento, segundo foi ordenada na criação. ”Moisés”, disse Ele, ”por causa da dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher; mas, no princípio, não foi assim.” Mat. 19:8. Ele lhes chamou a atenção para os abençoados dias do Éden, quando Deus declarou tudo ”muito bom”. Gên. 1:31. Então tiveram origem o casamento e o sábado, instituições gêmeas para a glória de Deus no benefício da humanidade. Então, ao unir o Criador as mãos do santo par em matrimônio, dizendo: Um homem ”deixará… o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gên. 2:24), enunciou a lei do matrimônio para todos os filhos de Adão, até ao fim do tempo. Aquilo que o próprio Pai Eterno declarou bom, era a lei da mais elevada bênção e desenvolvimento para o homem.

Como todas as outras boas dádivas de Deus concedidas para a conservação da humanidade, o casamento foi pervertido pelo pecado; mas é o desígnio do evangelho restituir-lhe a pureza e a beleza. O Maior Discurso de Cristo, 63.

A graça de Cristo, e ela somente, pode tornar essa instituição o que Deus designou que fosse: um meio para a bênção e reerguimento da humanidade. E assim as famílias da Terra, em sua união, paz e amor, podem representar a família do Céu.

Hoje, como nos dias de Cristo, a condição da sociedade apresenta triste quadro do ideal celeste dessa sagrada relação. No entanto, mesmo para os que depararam com amargura e desengano quando haviam esperado companheirismo e alegria, o evangelho de Cristo oferece um consolo. A paciência e a gentileza que Seu Espírito pode comunicar, suavizará a condição de amargura. O coração em que Cristo habitar, estará tão repleto, tão satisfeito com Seu amor, que se não consumirá no desejo de atrair simpatia e atenção para si próprio. E pela entrega da alma a Deus, Sua sabedoria pode realizar o que a sabedoria humana deixa de fazer. Por meio da revelação de Sua graça, os corações que uma vez estiveram indiferentes ou desafeiçoados podem ser unidos em laços mais firmes e mais duradouros que os da Terra – os áureos laços do amor que suportará o calor da provação. Idem, 64-65.

*Esclareça o tema do casamento nesta outra publicação.

Esta publicação está presente nas Reflexões Semanais 2019, para o pôr-do-sol de 13 de setembro de 2019.

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