As Vãs Repetições

E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes. Mateus 6:7-8.

Os pagãos consideravam suas orações como possuidoras em si mesmas do mérito de expiar pecados. Assim, quanto mais longas as orações, tanto maiores os merecimentos. Se se pudessem tornar santos por seus esforços, teriam em si mesmos, alguma coisa de que se regozijar, algo de que se vangloriar. Essa ideia da oração é fruto do princípio de expiação individual, o qual jaz na base de todos os falsos sistemas religiosos. Os fariseus haviam adotado essa ideia pagã acerca da oração, a qual não se acha de modo algum extinta em nossos dias, mesmo entre os que professam o cristianismo. A repetição de frases feitas, habituais, quando o coração não sente nenhuma necessidade de Deus, é da mesma espécie que as ”vãs repetições” dos pagãos.

A oração não é uma expiação pelo pecado; não possui em si mesma nenhuma virtude ou mérito. Todas as palavras floreadas de que possamos dispor não equivalem a um único desejo santo. As mais eloqüentes orações não passam de palavras ociosas, se não exprimirem os reais sentimentos do coração. Mas a oração que provém de um coração sincero, quando se exprimem as simples necessidades da alma, da mesma maneira que pediríamos um favor a um amigo terrestre, esperando que o mesmo nos fosse concedido, eis a oração da fé. Deus não deseja nossos cumprimentos cerimoniais; mas o abafado grito de um coração quebrantado e rendido pelo senso de seu pecado e indizível fraqueza, esse alcançará o Pai de toda a misericórdia. O Maior Discurso de Cristo, 86-87.

Depois de dizer aos discípulos que em suas preces não usassem ”vãs repetições” (Mat. 6:7), deu-lhes bondosa e misericordiosamente uma breve oração-modelo, para que soubessem como fazer para não imitar as orações dos fariseus. Ao dar essa oração, sabia Ele que estava ajudando a fraqueza humana, estruturando em palavras aquilo que compreende todas as necessidades dos homens. ”Não sabemos o que havemos de pedir como convém” (Rom. 8:26); a instrução de Cristo para nós, entretanto, é clara e definida. (Man. 146, 1902). MM, 1965, Para Conhecê-Lo, 261.*

*Leia este outro material sobre a posição correta para orar

Esta publicação está presente nas Reflexões Semanais 2020, para o pôr-do-sol de 21 de fevereiro de 2020.

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